Intervenção - Estratégias

Durante o período da adolescência qualquer jovem sofre grandes transformações. Segundo o site da apsa (Associação Portuguesa da Síndrome de Asperger (SA)) no SA “a complexidade do período adolescente, com crescentes exigências a nível académico, comportamental e social, associado às mudanças corporais que acompanham a entrada na puberdade, fazem deste período um dos mais desafiantes para pais e familiares da pessoa com SA”. 


Deste modo, é necessário ter conhecimento de intervenções/estratégias que pais e educadores podem utilizar de modo a ajudar estas crianças com SA. 


O 1.º passo de intervenção:
Extensão a todo o contexto que rodeia a criança/jovem com Síndrome de Asperger.





O 2.º passo de intervenção:

Duas áreas de intervenção





Pequenos aspetos que podem ajudar a lidar com pessoas com o Síndrome de Asperger

A nível social
- Elogiar e valorizar os seus esforços, reconhecendo o desempenho;
- Proporcionar experiências de sucesso;
- Integrar os interesses no currículo escolar e nas aprendizagens;
- Utilizar os interesses como recompensa;
- Manter uma estreita ligação escola/família.


A nível comunicacional
- Manter contacto visual com a pessoa;
- Utilizar uma linguagem simples, clara e precisa;
- Compreender que a falta de tato que manifestam acontece devido ao seu défice de socialização;
- Estruturar com progressiva complexidade as tarefas a executar;
- Garantir que a criança compreende o que se espera dele;
- Limitar a vivência dos interesses a determinado momento e espaço;
- Dar ordens simples, claras e precisas, verificando se são bem compreendidas e, caso não aconteça, repetir.


A nível comportamental
- Prepará-la para todas as mudanças de ambiente e/ou rotinas, garantindo, assim, um conhecimento prévio acerca de uma situação nova;
- Antecipar a execução de uma tarefa;
- Ajudá-la a lidar com as mudanças.
- Não castigá-la mas sim propor comportamentos alternativos;
- Compreender o que lhes causa stress;
- Compreender que não conseguem interpretar as emoções dos outros.


Sugestões para educadores:
- Organize o ambiente de sala de forma adequada, evitando pequenas coisas que possam distrair e/ou perturbar a criança/jovem;
- Evite mudanças;
- Providencie um ambiente seguro e previsível;
- Ofereça rotinas diárias consistentes: a criança com SA deve compreender cada rotina diária e saber o que esperar, de forma a concentrar-se na tarefa que está a realizar;
- Previna situações de medo do desconhecido. Quando uma criança muda de escola deve visitá-la e conhecer o educador. Trabalhos ou atividades da antiga escola devem ser fornecidos nos primeiros tempos de adaptação à nova escola.
- Evite que aborreçam a criança ou façam troça desta;
- Promova o envolvimento com os outros;
- Estabeleça objetivos concretos;
- Não se pode assumir que as crianças com SA compreendem algo só porque repetem o que ouvem;
- Centre-se na capacidade excecional de memória destas crianças: a retenção concreta é normalmente a sua área forte;
- Seja calmo e baseie-se em factos concretos.

20 comentários:

  1. Será que estas estratégias são muito diferentes das seguidas com crianças sem Síndrome de Asperger?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Inicialmente parece que não há muita diferença, mas no conjunto ou total das orientações, o peso é bem significativo e faz de fato muita diferença para alguém com SA

      Eliminar
  2. Estas estratégias não são muito diferentes das aplicadas com aquelas crianças que não têm esta síndrome. No entanto, devem ser aplicadas com uma forte incidências nestas crianças.

    ResponderEliminar
  3. Sou professora de apoio de um menino de 5 anos com síndrome de asperger. Gostaria de dicas de como colocar limites, pois sua família o deixa totalmente solto em casa, sem nenhuma regra e estou tendo dificuldade em desenvolver atividades escolares por causa de suas pirraças. Obrigada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dependendo de quantos alunos ficam juntos com esse menino, acredito que deveria haver uma maneira de fornecer orientação um tanto personalizada pelo menos no início, principalmente se os demais alunos são "normais" ou neuro-típicos.

      Eliminar
  4. Sou pedagoga e professora de AEE,tenho um aluno com 14 anos e estou tendo algumas fificuldades em desenvolver atividades escolares,pois este aluno não tem limites e sua família satisfaz todas as suas vontades.Gostaria de algumas atividades lúdicas para ser trabalhadas com ele e dicas de colocar limites.Obrigada.Meu imai. gracinhaveigalima@yahoo.com.br

    ResponderEliminar
  5. ninguém coloca limites num aspie a não ser ele próprio. explique pra ele exatamente porque o comportamento é indesejado. nós não nascemos sabendo certas coisas que vocês chamam intuitivas. quase nada na verdade... e cuidado com o tom de voz, esconder a mensagem nas entrelinhas é dar um tiro no pé.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei especialmente da expressão:"explique exatamente PORQUE o comportamento é indesejado."

      Eliminar
  6. sou mãe de um aspie de quatro anos e, realmente, colocar limites é bem complicado. eu adoto como estratégia a troca ou uma recompensa quando ele muda a atitude birrenta. infelizmente não há receitas prontas, apenas sugestões que vamos adaptando conforme a personalidade de cada um. mas, de uma coisa podem ter certeza, não se pode trabalhar com nenhuma criança que tenha alguma necessidade especial sem muuuuuuita paciência.

    ResponderEliminar
  7. Sou pedagoga e professora de apoio de uma criança com a síndrome. Seu comportamento é tranquilo, com limites. Está sendo uma experiência muito importante lidar com essa criança, ensinar, descobrir meios de interagir e desenvolver um trabalho pedagógico. Ainda temos muito a descobrir sobre essa síndrome. Parabenizo pelo blog e espero que possamos todos juntos compartlhar experiências e aprendizado.

    ResponderEliminar
  8. Tenho um filho aspie de 14 anos. Eu e meu marido demoramos muito a perceber que havia algo de "errado" com seu comportamento. Acreditávamos que ele fosse simplesmente um menino sincero demais e difícil de educar.
    Só quando a escola nos chamou atenção para o fato de ele não estabelecer amizade e com os colegas e a dificuldade em algumas áreas acadêmicas começamos a perceber outros aspectos do comportamento dele e a procurar respostas.
    Bem, ele já tinha 7 anos.
    Hoje ele está com 14anos e depois de peregrinar anos indo a vários profissionais como fono, psicólogos e psiquiatras, uma neuropsiquiatra enfim nos deu um diagnóstico coerente com as características e sintomas apresentados pelo nosso filho.
    Estamos apenas começando nesse processo de tratamento. No momento ele faz análise mas sei que ele precisa de outros estímulos e tratamentos, mas não sei quais nem onde encontrar aqui na minha cidade, em Recife com qualidade, afinal, depois de vários diagnósticos equivocados o tempo pra ele e precioso.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu sei perfeitamente o que é passar por isso. Sua história é muito parecida com a minha. Meu filho está com 16 anos e só agora o diagnóstico está sendo confirmado, talvez por apresentar uma "forma leve" da sindrome, com maior dificuldades no aspecto relacionamento. Desde os 6 anos de idade, quando a escola o classificou como "mimado", ele vêm frequentando consultórios de psicólogos e psiquiatras. Moro em Rondônia, mas foi em São Paulo, há 2 anos, que ouvi pela primeira vez o nome Sindrome de Asperger, confesso que fiquei em dúvida pois, depois de anos atrás de uma resposta, como um psiquiatra pode dar um diagnóstico com uma única consulta? Já pesquisei muito, já li muito, mas ainda sinto que tenho muito a aprender sobre o assunto. Evito pensar sobre o tempo "perdido" e em como as escolas que meu filho frequentou não o ajudaram em nada, quero agora ser capaz de ajudar o meu filho a aprender a viver da melhor maneira possível e a ser muito feliz. Eu tenho fé que vou conseguir, e você também. Um grande abraço para você e seu filho. Angelina

      Eliminar
    2. Acompanho uma criança que foi diagnosticada como TDAH, desde os 9 anos, recebendo tratamento psicológico e medicação. Porém esse diagnóstico não se encaixava em todas as características da mesma. Quando li sobre a SA, percebi resposta a todas as minhas dúvidas, pois a acriança apresenta TODAS as características. Quando procuramos por dois profissionais diferentes, ambos negaram, insinuaram que eu estava procurando rótulos. Sinto como se não estivessem preparados para tal. O que considero uma pena, porque acho fundamental um diagnóstico adequado para as intervenções necessárias. Acho que a família tb resiste à idéia do diagnóstico e continua com o mesmo tratamento, mas as dificuldades de relacionamentos continuam a mesma. Fico muito preocupada já que agora, é um adolescente de quatorze anos. Não sei como ajuda-los..........

      Eliminar
  9. Tenho uma Aspie de 10 anos e também levei bastante tempo para obter o seu diagnóstico. É um caminho árduo cheio de desencontros, dificuldades e dúvidas, mas não descansarei até conseguir encontrar estratégias de ensino que possam integrar melhor minha filha ao mundo e dar a ela o que toda criança, adolescente e jovem merecem: qualidade de vida e esperança de um futuro digno.

    ResponderEliminar
  10. Muito bom ter o relato de vcs. Sou Fátima, psicopedagoga,professora de matemática e especialista em educação especial, trabalho com SA, e venho estudando cada vez mais sobre como interagir melhor com as cças. Acredito que a paciência e tranquilidade da família e escola sejam fatores determinantes para o desenvolvimento das atividades. Qualidade de vida é o foco para o crescimento saudável dos nossos amados. Contem comigo :)

    ResponderEliminar
  11. Tenho uma filha de 11 anos que ainda não tem um diagnóstico, mas eu tenho certeza. As pessoas não querem enchergar, principalmente a família. Todos os relatos são muito parecidos com minhas experiências e espero conseguir também algum direcionamento.

    ResponderEliminar
  12. Sou professora de AEE,tenho um aluno com 14 anos e estou tendo algumas dificuldades em desenvolver atividades escolares, O aluno é diagnosticado como Sindrome de Asperg, TDAH, Transtorno Explosivo. Apresenta quadros de agressividade e falta de limites. Gostaria de algumas sugestões de atividades lúdicas e de de atividades para trabalhar sua agresividade. Desde já agradeço. lnhamu@hotmail.com

    ResponderEliminar
  13. Tenho um filho de5anos e pelas caracteristica acho que ele é um asperger passei von um psiquiatrA que não conseguiu indentificar,disse apenas que meu filho não tinha uma educação com limites,fiquei frustrada foi quando li uma matéria sobre aspergers e vi meu filho descrito ali,mas ainda estou a procura de algum proficional que consiga ver isso nele e me ajudar com meu filho.ele também apresenta myuta dificulde na fala.

    ResponderEliminar
  14. Bom dia. Tenho um filho com 16 anos com S.A. foi diagnosticado com nove anos.tenho uma luta diaria com limites e regras. Colocamos ate um cartaz para ele seguir regras de convivencia. Ele tem grau baixo de autismo. So que com isso tem disgrafia e discalculia. Na escola tem dificuldade em acompanhar as materias na escrita. E em casa estou com um problema. Ele gosta de jogos na internet e celular por ele ficaria o dia inteiro e a noite usando computador. Para jogar,ver videos de yotubers sobre jogos e no celular tem um grupo de conversa. So que meu namorado disse para eu impor horarios para uso. Disse para colocar apenas uma hora de uso por dia incluindo fins de semana. E nao estou conseguindo impor somente este horario. Poderiam me ajudar com isso. Me informar se realmente devo impor somente uma hora de uso. Ou wuanto tempo posso deixar usando por dia. Pois ele chega a ficar frustrado e sem saber o que fazer se nao usar computador. Hj ele me ajuda nas tarefas de casa mas nao sabe brincar sozinho sempre pede para eu brincar com ele ou eu tenho que dizer pra ele o que fazer. Alguem pode me ajudar??

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá,bom dia!
      Sua história é um pouco parecida com a minha.
      Meu filho tem 10 anos e foi diagnosticado com 09,e uma das coisas que o neuropediatra dele mim orientou a fazer para ajudá-lo foi diminuir o tempo em que ele fica em computador e celular.
      Antes já tínhamos uma regra de tipo:celular por durante uma hora no período em que não houvesse outras atividades a fazer,e computador só aos fins de semana e feriado durante 1 ou 2 horas no máximo.
      Ele mim explicou que esses meios eletrônicos tiram ele do nosso convívio,e ele acaba se isolando criando um mundo só pra ele,uma espécie de "bolha"ao redor dele.
      Foi chocante,mas foi uma ajuda e tanto.
      No início foi difícil,ele era bem resistente,chorava se esperniava,ficava completamente irritado.Mas hoje não mais,ele já aceita numa boa,e sabe que além dos dias e horários estipulados,ele só mexe depois das atividades.
      Seu namorado tem razão,tenta diminuir o período dos eletrônicos dele,a mudança vai ser notável você vai ver.Bjs!!!!!!

      Eliminar